Alta nos Preços em 2024 e 2025
Em 2024, o preço do café moído registrou um aumento de aproximadamente 33% no acumulado de 12 meses até novembro, conforme dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nos supermercados, o pacote de 1 kg chegou a ser comercializado, em média, por R$ 48,57. Esse cenário foi atribuído principalmente a condições climáticas adversas, como secas e altas temperaturas, que prejudicaram a produção e reduziram a oferta do grão.
Em 2025, a tendência de alta persistiu. Até janeiro, o café moído acumulou uma alta de 50,35% nos últimos 12 meses, com um aumento mensal de 8,56% em relação a dezembro de 2024. Especialistas apontam que os preços devem continuar elevados nos próximos meses, refletindo a continuidade dos desafios climáticos e a oferta limitada.
Fatores Contribuintes para a Alta
Condições Climáticas Adversas: Secas prolongadas e temperaturas elevadas nas principais regiões produtoras, como Brasil e Vietnã, resultaram em quebras de safra significativas. No Brasil, geadas e estiagens obrigaram produtores a realizarem podas drásticas, comprometendo a produção atual e futura.
Aumento dos Custos de Produção: Entre 2023 e 2024, os custos na indústria do café subiram 116,7%, influenciados por fatores como aumento nos preços de insumos, energia e logística. Esses custos adicionais foram gradualmente repassados ao consumidor final, contribuindo para a elevação dos preços no varejo.
Demanda Global em Expansão: A crescente demanda por café, especialmente em mercados emergentes, aliada à oferta limitada, intensificou a pressão sobre os preços. A redução na produção de robusta no Vietnã, por exemplo, aumentou a procura pelo arábica brasileiro, elevando ainda mais os preços.
Perspectivas Futuras
As projeções indicam que os preços do café devem permanecer elevados no curto prazo. A expectativa é de que a safra brasileira de 2025, prevista para ser colhida a partir de abril ou maio, possa trazer algum alívio aos preços, desde que as condições climáticas sejam favoráveis. No entanto, a recuperação dos estoques globais e a estabilização dos preços dependem de diversos fatores, incluindo a normalização das cadeias logísticas e a adaptação da demanda global.
Analistas de mercado apontam que a tendência de alta pode persistir até 2026, considerando que as lavouras necessitam de tempo para se recuperar plenamente dos danos climáticos recentes. Além disso, a contínua demanda global e os desafios impostos pelas mudanças climáticas sugerem um cenário de preços elevados no médio prazo.
Para os consumidores, isso significa que o café poderá continuar pesando mais no orçamento doméstico. Já os produtores enfrentam o desafio de equilibrar a necessidade de investimentos em tecnologias e práticas agrícolas sustentáveis com os custos crescentes de produção.
Em resumo, o mercado de café atravessa um período de volatilidade e incertezas, influenciado por fatores climáticos, econômicos e logísticos. A adaptação a esse novo cenário exigirá esforços coordenados de toda a cadeia produtiva, desde o cultivo até a comercialização, para garantir a sustentabilidade e a competitividade do setor.